Uma área de atuação que vem crescendo muito no campo da saúde é a nutrição hospitalar, no entanto muitas pessoas ainda não sabem exatamente do que se trata este campo do conhecimento, quais as competências dos profissionais que atuam nesta área e por que exatamente a demanda vem aumentando no país.
Sendo assim, elaboramos este post com o intuito de sanar algumas dúvidas tanto daqueles que desejam ingressar em algum curso relacionado a área da saúde, quanto para aqueles que já estão em vias de concluir o curso de nutrição, porém não sabem ainda por qual especialização optar.
Mas principalmente para os nutricionistas em plena ascensão na carreira, os quais desejam converter todo o conhecimento teórico adquirido em reconhecimento através de uma área em pleno crescimento. Dessa forma, continue acompanhando o conteúdo sobre nutrição hospitalar e saiba mais sobre o assunto. Boa leitura!
O que é nutrição hospitalar?
A nutrição hospitalar é uma subárea da nutrição aplicada exclusivamente para os cuidados necessários com a comida servida dentro do ambiente hospitalar. No Brasil, este ramo da nutrição ganhou destaque a partir de 2001 por meio da pesquisa intitulada Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients.
Essa pesquisa é considerada até hoje como um dos maiores estudos dentro da área da nutrição hospitalar, visto que envolveu 25 hospitais da rede pública de doze estados brasileiros com o objetivo de avaliar a desnutrição dos pacientes.
A pesquisa revelou uma importante correlação: quanto maior o tempo de hospitalização, maior o risco do paciente apresentar desnutrição. Além disso, o estudo também constatou que os pacientes desnutridos apresentaram maiores complicações durante a hospitalização.
Sendo assim, esse estudo abriu portas para a área da nutrição hospitalar ao expor a necessidade de um profissional do ramo para auxiliar o paciente durante o seu tratamento. A partir daí, este campo vem tornando-se cada vez mais valorizado no mercado.
Quais são as competências de quem atua nesta área?
Basicamente, o nutricionista hospitalar é responsável por acompanhar o paciente desde o momento que ele ingressa no hospital até o momento que recebe alta. Sendo assim, quando o paciente é hospitalizado, o nutricionista realiza uma triagem, que é um procedimento menos invasivo, para verificar se a pessoa deve passar por uma avaliação nutricional mais aprofundada ou não.
Portanto, caso o paciente apresente risco nutricional, seu estado deverá ser avaliado de forma mais detida. No caso de ausência de risco, o nutricionista deve rever a situação do paciente a cada sete dias para verificar se a mesma está controlada ou não e dar prosseguimento aos procedimentos necessários.
Para realizar a etapa de triagem, o nutricionista necessita dominar alguns métodos de triagem, tais como:
- MUST (Malnutrition Universal Screening Tool);
- NRS (Nutritional Risk Screening);
- MST (Malnutrition Screening Tool);
- MeReC Bulletin (National Prescribing Centre);
- URS (Undernutrition Risk Score);
- MNA (Mini Nutritional Assessment);
- dentre outros.
Dentre os métodos mencionados acima, um dos mais populares é o NRS, o qual é dividido em duas etapas. Na primeira, o nutricionista avalia se o IMC (Índice de Massa Corpórea) da pessoa está abaixo de 20,5 kg/m2, se há perda de peso e redução de ingestão de alimentos e, por fim, se a saúde do paciente está gravemente comprometida. Caso o paciente apresente algumas dessas características, é realizada a segunda etapa que serve para classificar especificamente o nível de assistência em nutrição.
Há três níveis de assistência: risco primário, secundário ou terciário. Se o paciente apresentar risco nutricional primário ou secundário, o nutricionista deverá monitorá-lo de uma a duas vezes na semana, mas se o paciente apresentar risco nutricional terciário, ele deverá ser monitorado diariamente pelo profissional e passar pela etapa de avaliação.
A avaliação consiste em uma análise mais acurada da situação do paciente, de modo a obter um diagnóstico detalhado do mesmo. Desse modo, esta etapa compreende os seguintes aspectos:
- avaliação dietética;
- avaliação antropométrica;
- avaliação laboratorial;
- histórico nutricional global;
- exame físico.
Além de realizar o monitoramento e avaliação dos pacientes, o nutricionista tem a responsabilidade de elaborar uma dietoterapia específica para cada um. Assim sendo, essas são as principais competências de um profissional da área.
Como é o mercado de trabalho de um nutricionista hospitalar?
Como mencionado anteriormente, esta profissão está em ascensão desde 2001. Contudo a área ganhou uma maior notoriedade nos últimos tempos devido a pandemia do novo coronavírus.
É de amplo conhecimento que um paciente que contrai Covid-19 pode passar muitas semanas hospitalizado. Além disso, diante da pandemia os hospitais e UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) quase alcançaram a sua lotação máxima e em alguns casos necessitam encaminhar os pacientes para outras instituições.
Sendo assim, tornou-se ainda mais emergente garantir que, durante o longo período de internação pela Covid-19, o paciente fosse avaliado nutricionalmente para evitar o que foi apontado pelos pesquisadores no estudo apresentado anteriormente. Ou seja, quanto maior o tempo de hospitalização, maior o risco do paciente apresentar desnutrição e, consequentemente, maior a ocorrência de complicações durante o tratamento.
Dessa forma, a importância de contar com os conhecimentos aplicados de profissionais de nutrição hospitalar se tornou ainda mais fundamental neste contexto. Contudo, vale destacar que certamente o mercado continuará crescendo mesmo após a pandemia, visto que a garantia de recuperação proporcionada por um tratamento mais efetivo, resulta em uma maior satisfação para o paciente e também reduz os custos para as instituições de saúde.
Além do mais, o CFN (Conselho Federal de Nutricionistas) orienta que para cada quinze pacientes hospitalizados em nível de assistência nutricional terciário é necessário um nutricionista hospitalar. Sendo assim, há uma alta demanda por profissionais especializados nesta área, visto que este é um campo que vinha crescendo gradualmente e, de forma repentina, cresceu significativamente devido à pandemia.
É inegável que a comida de hospital é conhecida por ser sem graça e sem gosto. Essa, entretanto, é uma visão antiga e equivocada sobre a gastronomia hospitalar. Em suma, como tudo tem se modernizado nos dias atuais, o mesmo ocorreu com os cardápio de hospital. Confira nossa postagem sobre os os cardápios de hospitais que se destacam pela criatividade.
Importante para a saúde dos pacientes
Como você pôde perceber, a nutrição clínica hospitalar é uma área que tem apresentado de forma contundente a sua importância para a saúde de pacientes hospitalizados, pois se o cuidado com a alimentação é imprescindível para qualquer pessoa, ele assume ainda maior importância quando aplicado a um paciente gravemente hospitalizado.
Nesse sentido, a nutrição hospitalar tem se apresentado como uma especialização capaz de proporcionar uma ótima oportunidade de ingresso ao mercado de trabalho, bem como a possibilidade de crescimento profissional para os que já trabalham na área.
Gostou do nosso artigo? Nos siga no instagram e acompanhe todos os nossos comentários sobre o assunto!
Apoiado por uma história de sucesso desde 1955, o Blog Bom Sabor se apresenta como uma autoridade quando o assunto é Food Service. Junte-se a milhares de leitores e acompanhe nossos diversos artigos.