Conheça a história a origem e como surgiu a manteiga

Do café da manhã ao jantar, ela é um dos principais ingredientes durante o preparo de várias receitas. Seus gostos e texturas são inconfundíveis, e nada melhor que passá-la em uma fatia de pão que acabou de sair do forno. Você certamente já sabe de quem estamos falando, não é mesmo? Adorada por muitos, a manteiga não é rica somente em sabor, tendo uma história no mínimo fascinante.

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Mesmo que esse ingrediente faça parte do seu dia a dia, você já parou para pensar em como a manteiga foi criada? Sabe quais são os principais tipos de manteiga existentes e entende a diferença de sabor, textura e outros aspectos que ela pode possuir a depender do país onde foi fabricada?

É justamente pensando em responder a essas e outras perguntas relacionadas à manteiga, presença garantida na mesa de famílias ao redor do mundo, que criamos este artigo. Se você se interessou pelo assunto, continue conosco e boa leitura!

Confira como surgiu a manteiga

Para nós, que já estamos acostumados a ter em nossas cozinhas a manteiga prontinha, seja essa em creme, barra ou até mesmo líquida, pode até ser difícil imaginar, em um primeiro momento, que esse ingrediente não existiu desde sempre. Afinal, a manteiga é utilizada no preparo de vários de nossos alimentos, inclusive em delícias como bolos, croissantspanetone, cupcakes, entre outros.

O início

A história da manteiga começa na pré-história, período no qual os humanos começaram a criar e domesticar vacas, cabras e ovelhas para consumir a carne e o leite desses animais.

Embora não se trate de um fato comprovado, estima-se de a manteiga foi criada nada mais nada menos que por acidente. Em algum momento, é possível que um criador de animais tenha esquecido um balde de leite por bastante tempo — tempo o suficiente para que uma nata fosse formada sob o produto. Batendo essa nata, obteve-se então uma pasta de textura cremosa e bastante apetitosa, que hoje conhecemos como manteiga.

Outra hipótese é que um nômade havia criado o ingrediente que tanto adoramos também por acidente. Após encher de leite uma sacola feita com pele de carneiro, amarrá-la nas costas de seu cavalo e cavalgar longas distâncias, ele percebeu que o líquido inicial havia se transformado em um creme, ou seja, em manteiga.

Na verdade, o que esse nômade fez se assemelha a uma técnica bastante utilizada na fabricação das primeiras manteigas na África e no Mediterrâneo, utilizando leite de cabra.

Tal processo prevalece até hoje em algumas regiões do continente africano e do oriente próximo, onde uma pele de cabra é cheia com leite e inflada com ar antes de ser fechada. Em seguida, ela é pendurada com cordas em um tripé e chacoalhada até que se forme a manteiga.

A modernização do processo

Até o século XIX, a manteiga, em sua maioria, era produzida de modo manual e sobretudo em fazendas. Foi somente após o advento da indústria que o ingrediente passou a ser produzido em larga escala. As primeiras fábricas de manteiga surgiram no início de 1860, nos Estados Unidos. Foi também nesse período que a centrifugadora separadora de creme de leite foi criada por um engenheiro e indroduzida na produção.

As curiosidades ao longo da história

  • durante os tempos de escassez e dificuldades econômicas vivenciados na segunda guerra mundial, os noruegueses fizeram da manteiga uma moeda corrente;
  • no passado, os povos escandinavos, quando morriam, eram sepultados com barris de manteiga;
  • entre o Paquistão, a Índia e a China vivem os povos da tribo Hunza, cujos membros são famosos pela longevidade, vivendo para mais dos 100 anos. O segredo? Para eles é o consumo da manteiga.

Veja quais são os tipos de manteiga existentes

Manteiga tradicional

A manteiga tradicional é o produto lácteo e gorduroso obtido por meio do creme de leite pasteurizado e derivado exclusivamente do leite de vaca. Sua composição contém cerca de 80% de gordura, sendo o restante água e resíduos de lactose e butirina. Por ser um alimento significativamente calórico a apresentar um teor alto de gorduras saturadas e colesterol, é recomendado que seu uso seja feito de forma moderada.

Manteiga clarificada

Obtém-se a manteiga clarificada retirando da manteiga tradicional quase toda a sua água, leite e sólidos, mantendo somente a sua gordura.

Esse processo consiste no aquecimento da manteiga até que ela se divida em três fases: na parte superior se formará uma espuma por causa da proteína, no meio tem-se a gordura da manteiga em forma de óleo e na parte inferior restam apenas resíduos sólidos.

Primeiramente, a espuma é retirada e o óleo, que corresponde à manteiga clarificada, é separado com cuidado, sem que se misture com os resíduos. Por último, para obter o melhor resultado possível, deixando o ingrediente cristalino, é importante coá-lo.

Ghee

O ghee é um produto típico da alimentação indiana e da culinária árabe, além de bastante rico em lipídeos. Trata-se de um tipo de manteiga clarificada feita com leite de vaca ou búfala, porém obtida por meio de um processo levemente diferente.

Ele é considerado um ingrediente mais saudável que a manteiga tradicional, trazendo vários benefícios à saúde. Além disso, assemelha-se bastante a um tipo de manteiga com a qual nós brasileiros já estamos acostumados: a manteiga de garrafa.

Entenda a diferença entre as manteigas de diferentes países

A manteiga pode ser diferente em aspectos como sabor, teor de gordura e até mesmo textura a depender de seu país de origem. Quando produzida na Europa, por exemplo, o ingrediente é famoso por ter sido, em seu processo, batido o suficiente para adquirir um percentual maior de gordura

De um modo geral, as manteigas europeias (em especial as francesas) possuem um sabor bastante rico, resultado de seu alto percentual de gordura. Além disso, possuem uma textura mais leve, de derretimento fácil e quase sempre em tons amarelados. Por esse motivo, são as preferidas para se utilizar em receitas, sobretudo quando o sabor da manteiga é tão importante quanto a sua função.

Já as produzidas no Brasil e nos Estados Unidos, por sua vez, precisam ter no mínimo 80% de gordura para serem consideradas manteigas. E é essa a porcentagem presente no ingrediente que consumimos por aqui, que pode ser encontrado em variações como sem sal ou com sal. Essas manteigas, no entanto, têm um sabor relativamente mais neutro que as manteigas europeias.

A manteiga ao redor do mundo:

China: durante a dinastia T’ang a manteiga representava o último estágio do espírito de Buda.

Japão: durante o século XIX, quando o país fez maior contato com o ocidente, os japoneses ficaram horrorizados com o forte cheiro que os europeus produziam quando suavam e o cheiro foi relacionado ao consumo de gordura animal. Os japoneses os chamavam de bata-kusai que significa fedendo manteiga, ainda hoje é um termo depreciativo relacionado às coisas ocidentais.

Escandinávia: os povos de lá gostavam tanto da gordura que quando morriam eram sepultados com barris cheios de manteiga.

Noruega: durante a segunda guerra mundial, quando a Noruega estava enfrentando dificuldades econômicas, a manteiga virou “moeda corrente”.

Índia: a tribo Hunza que vive entre o Paquistão, a Índia e a China, é famosa pela longevidade de seus membros que chegam até os 115 anos ou mais. Eles atribuem essa vitalidade à manteiga, que é muita consumida por lá. Na crença Hindu, a única manteiga consumida é a feita a partir do leite de vaca, por ser um animal sagrado.

Rússia: Maslyanitsa significa manteiga em russo e também é o nome do festival que celebra o final do inverno e o começo da primavera, é a semana da manteiga. A segunda-feira é o dia mais importante, onde são produzidos vários alimentos a base de manteiga, segundo a crença, quanto mais comida tiver mais quente será o verão no próximo ano.

Pronto! Agora você já sabe como foi criada a manteiga. Como você pode perceber, esse ingrediente com o qual nos já estamos acostumados e que aos nossos olhos pode parecer tão comum, tem uma história para lá de interessante.

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